BLOG

Saneamento e saúde para todos

Compartilhe agora mesmo:

Facebook
LinkedIn
WhatsApp

30 de abril de 2020

Em 2020, com a dramática ascensão da pandemia do coronavírus, o mundo descobriu o quão estamos conectados não apenas virtualmente, mas também fisicamente. A globalização, através da tecnologia, nos conectou de forma quase imediata, trazendo benefícios econômicos, sociais e culturais. No entanto, também trouxe alguns ônus, como a velocidade de disseminação e a dificuldade de controle da transmissão de doenças infectocontagiosas ao redor do mundo.

Com o passar dos dias, alguns estão em isolamento, outros ainda trabalhando fora de casa, mas todos extremamente ligados e responsáveis pela evolução da doença: a decisão de isolamento vertical, horizontal ou confinamento impacta no número de infectados, de leitos disponíveis na UTI e, consequentemente, no número de mortos. Conforme vemos a evolução da pandemia no mundo percebemos que, enquanto não há tratamento, a única forma de proteger uns aos outros é dificultando a disseminação, fazendo-se valer do isolamento social. O pensamento individual precisa ser substituído pelo coletivo.

A falta de saneamento básico e coabitação de humanos e animais silvestres pode prejudicar o mundo inteiro de forma igual ou até mesmo atingindo de forma mais abrupta países ou regiões ricas. O artigo The Global Macroeconomic Impacts of COVID-19: Seven Scenarios mostra justamente este desequilíbrio mundial e uma solução, que deveria ser óbvia.

Nesse estudo os pesquisadores Warwick McKibbin e Roshen Fernando fizeram diversas projeções sobre as melhores soluções no combate à pandemia. A conclusão que chegaram é a de que não basta os países terem um sistema de saúde e saneamento perfeito, ou mesmo próximo a isto, mas que o mundo deve realmente se unir em prol de uma única causa: oferecer condições de acesso a saneamento básico de qualidade e a um sistema de saúde justo aos mais de 7,7 bilhões de pessoas. O fato de uns serem mais ricos que outros não é um problema. O problema é não haver uma condição minimamente humana de vida com comida, saúde e educação. Na falta disso se alimentam de animais silvestres, sem saberem as consequências. Apontam, ainda, a necessidade da profilaxia básica, informação e comunicação efetiva sobre hábitos sanitários adequados ao que a ciência preconiza.

Hoje deveríamos estar unidos em uma mesma causa: o saneamento. Os EUA e Europa, com milhares de casos de Covid-19 e tantas vidas perdidas, têm que lidar com as consequências de não terem visto esta integridade mundial e a proximidade que hoje temos. Ao não perceberem a necessidade da saúde a todos, hoje sofrem mesmo com os melhores hospitais, laboratórios, cientistas e universidades.

A fuga dos refugiados sírios, a qual iniciou em 2011 e culminou em 2016, é um excelente exemplo capaz de demonstrar a falta de integridade mundial. Todos sabiam, mas pouco fizeram para mudar a realidade. Espero que após o Covid-19 esta mensagem fique mais clara e passemos a viver em um mundo mais íntegro e preocupado.

Avaliando mais a fundo essa questão podemos reiterar esta tese de que a saúde tem que ser um objetivo mundial. Um estudo desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde, já em 2014, revelou que a cada dólar investido em saneamento e água, se economizava quatro dólares em saúde. Além disso, também mostrou que 2,5 bilhões de pessoas ainda sofriam com a falta de acesso a saneamento básico, naquele ano. A realidade mundial apresentada pelo coronavírus mostra que talvez esta proporção seja ainda mais gritante e demonstra a importância da conclusão do estudo que os cientistas McKibbin e Fernando fizeram. O saneamento básico é uma necessidade fundamental e se mostra ainda mais importante no âmbito mundial.

Na FreeHelper você pode colocar à frente causas essenciais para a humanidade enquanto colabora com seu conhecimento. Uma vez cadastrado no site e especificado suas habilidades, você estará a um passo de auxiliar ONGs atuantes em diversas áreas, dentre elas saúde e saneamento. Contamos com você.

Esse texto não tem pretensão em idealizar a melhor opção de isolamento ou fazer posicionamento político. É apenas uma mensagem de pensamento coletivo e integridade na saúde para um bem maior.

 

Henrique Bonacin Filho
Diretor Corporativo
Henrique Bonacin Filho é formado em comunicação social com habilitação em jornalismo na UP e graduando em ciências econômicas na UFPR. Cursou MBA de gestão estratégica. É co-fundador e diretor corporativo da Freehelper. Atualmente é empresário e atua com sales management na área da saúde.