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Pacto Global, um pacto empresarial em prol do desenvolvimento sustentável.

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27 de agosto de 2020

O que é o Pacto Global?

Vivemos em tempos dinâmicos em que é perceptível o impacto do ser humano nas sociedades, nas economias e no meio ambiente. Somos responsáveis pela criação de novas tecnologias, inovações em métodos de produtividade, elaboração de novas tendências globais e atuais responsáveis pela sustentabilidade do nosso lar, o planeta Terra.

Mas a pergunta que permeia todo esse cenário é: qual o papel das empresas no desenvolvimento sustentável do planeta?

Assim como os governos, as empresas possuem grande influência na sociedade global, seja por meio de tendências para consumo, da produção em massa de determinado produto ou da prestação de serviços essenciais e não essenciais para vida humana. Com todo o leque de sua influência, as empresas e grandes corporações têm o impacto direto e indireto no desenvolvimento de economias, culturas e boas práticas.

Um exemplo prático dessa introdução é o tempo investido por um ser humano na fase adulta na execução de sua atividade profissional. Segundo levantamento do IBGE em 2015, no Brasil a média de trabalho por semana é de 43,5 horas. Este dado evidencia o tempo investido que um trabalhador passa envolvido em uma empresa durante sua vida.

Tendo em vista a influência e o papel das empresas no desenvolvimento de boas práticas de negócios e de vivência em sociedade, em 2000 foi lançado pelo então Secretário-Geral da Nações Unidas Kofi Annan a iniciativa do Global Compact (Pacto Global), que em suma trata-se de uma chamada para as empresas alinharem suas estratégias e operações a 10 princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção e desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade. Atualmente, é a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 13 mil membros em quase 80 redes locais que abrangem 160 países.

Pelo exemplo dos melhores, quais boas práticas grandes corporações têm adotado?

Existem vários frutos desta iniciativa corporativa como os projetos que anualmente são inscritos para o Prêmio ODS Pacto Global, os quais têm como foco principal a associação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela Agenda 2030 – agenda composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas – das Nações Unidas com o cotidiano das empresas signatárias do Pacto Global.

A seguir, compartilho dois dos projetos vencedores deste tão renomado prêmio da comunidade empresarial: O poder das finanças locais (Sicredi União PR/SP) e Transformando comunidades (Enel Brasil).

O poder das finanças locais (Finalista do Prêmio ODS) – Sicredi União PR/SP

“A falta de agências financeiras é um importante entrave para o desenvolvimento de pequenas comunidades, que não dispõem de um contingente populacional grande o suficiente para que instituições bancárias tenham representação local. Essa carência impacta de forma negativa o comércio, impedindo que os habitantes dessas regiões possam acessar serviços financeiros com segurança e comodidade – e levando-os muitas vezes a se dirigirem a cidades vizinhas. Para responder a esse desafio, a Sicredi União PR/SP lançou o projeto Agência Smart em Cafeara, um município de 2.540 habitantes no interior do Paraná.

Em seus onze meses de existência, a Agência Smart contabilizou, em um universo com 28 empresas formais, a abertura de 431 contas e a habilitação de 42 máquinas para cartões. Além disso, foram promovidas diversas ações de disseminação da cultura cooperativista, assim como iniciativas de cunho social – como a capacitação da população para utilizar meios eletrônicos de pagamento em um Centro de Informática, possibilitando a inclusão digital gratuita de pessoas de todas as idades; a criação de um sistema de compartilhamento de bicicletas; e projetos de educação financeira.”

Cases Pacto Global 2019 e Relatório de Sustentabilidade SICREDI 2019.

Transformando comunidades (Finalista do Prêmio ODS) – Enel Brasil

“O impacto de uma grande empresa sobre a comunidade onde está instalada deve ir muito além da geração de empregos locais ou da arrecadação de impostos. Deve trazer mudanças reais que resultem em desenvolvimento econômico e multiplicação de oportunidades de trabalho e renda para as pessoas. Alinhado a esse princípio, o programa Enel Compartilha Empreendedorismo, promovido pela Enel Brasil, busca engajar as comunidades inseridas nas áreas de concessão em que a empresa atua no Brasil, de forma a criar valor compartilhado, promover o empreendedorismo e transformar esses espaços positivamente.

Dentre as diversas iniciativas abrangidas pelo Enel Compartilha Empreendedorismo nos sete estados incluídos no projeto estão um projeto voltado ao fortalecimento da cultura quilombola por meio de ateliês de costura; a implementação de um sistema de agricultura familiar que utiliza água de uso doméstico; e a instalação de painéis solares para geração de energia para a produção de alimentos. Entre 2015 e 2018, a renda gerada pelos grupos produtivos que participam do projeto totalizou R$ 2,7 milhões. Foram beneficiadas diretamente mais de 6.500 pessoas.”

Com a fala do especialista em Responsabilidade Social Corporativa.

Em depoimento cedido exclusivamente, o diretor e conselheiro interno do ISAE Escola de Negócios – instituição de ensino conveniada da tradicional Fundação Getulio Vargas na região da capital paranaense, Curitiba, sendo umas das primeiras escolas de negócios signatárias do Pacto Global no Brasil, atuando participativamente de outra iniciativa das Nações Unidas, o PRME (Principles for Responsible Management Education) -, o jovem executivo Norman de Paula Arruda Neto, de apenas 36 anos, é publicitário de formação pela Universidade Positivo, possui MBA em Gestão e Desenvolvimento de Negócios pela FGV e especialização em gestão de projetos pela George Washington University e é mestre em Governança e Sustentabilidade pelo ISAE Escola de Negócios, com isso, coleciona diversas experiências em sua trajetória como representante institucional da escola de negócios nas pautas de responsabilidade corporativa a nível nacional e internacional.

Em sua primeira representação institucional na iniciativa do Pacto Global, entre 2013 e 2014, obteve a pronta visão de quão grandes e amplos são os impactos das pautas de desenvolvimento sustentável no mundo corporativo, participando da Conferência Ethos 2014 com a fala de diversos CEOs nacionais abordando sobre a importância da sustentabilidade.

Já como executivo na área da educação e representante institucional, o questionei sobre qual sua percepção profissional enquanto membro de uma iniciativa global com tamanha amplitude. Norman Neto prontamente explicou que o aprendizado é muito grande e há, segundo ele, uma espécie de “benchmarking orgânico” – espelhamento de boas práticas de governança e sustentabilidade com grandes corporações signatárias do Pacto Global -, ainda, complementou que o networking com outras empresas é algo de extremo valor gerado, pois cria-se uma rede de empresas que vão desde o pequeno porte até empresas multinacionais, com o foco central no desenvolvimento sustentável do Brasil e, consequentemente, do mundo.

Um exemplo prático da amplitude de networking com as melhores práticas de gestão e a referência da escola de negócios no cenário nacional é a participação da instituição de ensino representada por Norman Neto, o ISAE Escola de Negócios, no Conselho Orientador da Rede Brasil (CORB) no Pacto Global, que conta com uma abrangência das 50 organizações com maior atuação dentro do Pacto Global Rede Brasil, como, UNIMED Nacional, Santander, Itaú Unibanco, Copel, Itaipú Binacional, Cervejaria Ambev, Natura, entre outras grandes organizações referências.

Aproveitando a fala sobre a percepção de valor como membro do Pacto Global, perguntei a ele qual foi o maior impacto presenciado nesses últimos 6 anos de contribuição como membro representante na iniciativa. Respondeu com incrível motivação que os impactos são os melhores possíveis, mas deu um exemplo prático do ganho das organizações que participam da iniciativa que é a criação de maturidade corporativa para melhoria contínua dos processos internos com foco central no desenvolvimento sustentável. Ainda, completou que a comparação histórica dos reports – relatórios de sustentabilidade – das empresas membras do Pacto Global é o documento que traz evidência a esta maturidade corporativa, pois muitas ações, as quais antigamente eram pontuais ou esporádicas, tornaram-se uma prática contínua das empresas gerando diversos resultados positivos para sociedade, meio ambiente e economia.


Norman Neto, diretor da Faculdade ISAE Brasil apresentando artigo Inclusive business and the case of the “Sustainable Points” na Suécia

Conceitos empresariais levados para vida no dia a dia.

Podemos entender o quão importante é o apoio da iniciativa privada nas causas vinculadas ao desenvolvimento sustentável da nossa nação e mundo. São evidentes os desafios que ainda hão de vir e os desafios presenciados nos tempos atuais, como o cenário da crise viral do COVID-19 e as consequências que tal crise gerou nas nações mundiais. Todavia, verifica-se também o impacto que pequenas ou grandes ações voltadas à diminuição de desigualdades, erradicação da pobreza, equidade de oportunidades, preservação do meio ambiente, entre tantas outras temáticas globais geradas em nossa sociedade quando se há a cooperação entre a iniciativa privada, sociedade civil e iniciativa pública.

Ainda existem grandes desafios, porém de passo em passo estamos transformando nosso mundo, e a notícia boa é o reforço das empresas nesta causa global.

Texto escrito em parceria com Youth Action Hubs

João Paulo Oliveira
Analista de Processos
Tecnólogo em Processos Gerenciais pela Faculdade ISAE Brasil e pós-graduando em Liderança e Inovação pela Fundação Getulio Vargas, faz parte do Youth Action Hub (YAH) e representa o ISAE Escola de Negócios como conselheiro júnior no Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) do Sistema FIEP e compõe o quadro de membros representantes no Comitê de Benchmarking para Excelência na Gestão do Paraná (CBEG). Foi representante nacional no programa Business and Social Impact in Emerging Markets em 2018, participando do estudo de economias emergentes e o desenvolvimento sustentável internacional. Atualmente trabalha como Analista de Processos de TI no ISAE Escola de Negócios conveniada da Fundação Getulio Vargas.