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Voluntariado é também um ato de comprometimento

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09 de abril de 2020

Há um imenso paradoxo dentro do trabalho voluntário. Os números mostram que 14 milhões de jovens querem ser voluntários. Apenas 7%, num universo de 50 milhões, saem do querer. Essa não é uma realidade apenas do voluntariado: médicos afirmam que a desistência de transplante de medula óssea tem sido cada vez mais comum, por exemplo.

Mas, por que muitos seguem apertando o botão “quero continuar” e desistem da doação? Ou, no caso do voluntariado profissional, começam a ação mas não concluem?

Em uma pesquisa feita pela FreeHelper, foi analisado que a cada 10 ações começadas, 2 a 3 delas são inacabadas pelo voluntário que iniciou a ação, levando o time da FreeHelper a realocar outro voluntário para que a ação seja realizada.

Por que acontece? “Surgimento de compromissos pessoais que vão exigir 100% de dedicação” e “falta de tempo” foram as principais razões apontadas.

Mas quais seriam as outras possíveis razões que levam a não conclusão dos trabalhos?

O romantismo descarregado na ideia de praticar o voluntariado pode ser uma delas. O simples cadastro, no caso da FreeHelper, desperta sensação de “dever cumprido”, o que não fica difícil para o corpo enviar o sinal de relaxamento ao cérebro. O mesmo acontece quando o voluntário, ao receber por e-mail o anúncio de vaga, aceita realizar a ação: romantiza o fato de estar prestes a fazer o bem. A grande falha acontece aqui: na ideia de o voluntariado ser lindo, e na descoberta de o trabalho, em si, exigir envolvimento, compromisso, dedicação, renúncia e força de vontade.

A automotivação pode ser outro fator determinante da desistência. A espera de uma recompensa pessoal na hora de aceitar a ação acaba transformando ele próprio em apenas mais um trabalho, ou a extensão daquele que já existe, trazendo para si a mesma frustração que sente após um dia árduo de trabalho. Pesquisas, como a dos sociologistas Jane Piliavin e Erica Siegl, já demonstraram que se a motivação estiver focada em terceiros o trabalho voluntário trará realização pessoal em forma de bem-estar e reflexos positivos à saúde mental.

Uma terceira razão é a expectativa. Às vezes o projeto voluntário não era o que a pessoa imaginou ou quis realizar. É muito importante o voluntário ir atrás de respostas para ter a ideia mais realista possível a respeito das tuas responsabilidades e objetivos da ação. Por isso a FreeHelper traz todas as informações necessárias ao voluntário que deseja iniciar o trabalho. Afinal, é essencial ter em mente que quando sua expectativa frustrada o leva a desistir a ONG fica desamparada.

A boa intenção precisa vir acompanhada do auto preparo. Então, nós da FreeHelper separamos algumas dicas valiosas:

A primeira dica é: saia da inércia. Se você tem vontade de praticar o voluntariado, dê os primeiros passos.

Não desista na primeira tentativa. Talvez o projeto não seja do jeito que você pensou, mas que tal dar uma segunda chance e incorporar de vez a essência do trabalho voluntário?

A terceira dica é mostrar-se disponível mas conhecendo seus limites. Um trabalho voluntário exige disponibilidade de tempo e dedicação. Então, antes de aceitar realizar a ação veja se ela vai exigir a disponibilidade que você pode oferecer. Tenha sempre em mente que a partir do aceite, a ONG conta com você.

Saiba o seu propósito. Independente do motivo, o atingimento do propósito é fundamental para a alegria na realização da atividade voluntária. Mas como atingir um propósito sem saber qual é? Se não há remuneração financeira, o que você busca com o voluntariado? O que você quer alcançar com a experiência? O que você quer e pode oferecer para ajudar?

Por último: tire todas as suas dúvidas a respeito da ação que será realizada. O que a ONG espera de você? Qual a atual situação da organização e onde ela quer chegar?

Nós da FreeHelper estamos sempre disponíveis para responder a essas e outras perguntas, e as respostas devem estar de acordo com o que você quer e está disposto a oferecer! Porque a relação voluntário FreeHelper e ONG é de troca e para que ela seja bem-feita, satisfazendo ambas as partes, o diálogo é peça chave.

Então, gostaríamos de te fazer um convite: que tal descobrir o que te move?

Mariana Savaris
Editora Chefe do Blog da FreeHelper
Mariana Savaris atualmente trabalha no setor de Contratos e Societário no escritório Luciano Vernalha & Moro Advogados. Também é escritora e revisora de livros e artigos, atuando como Editora Chefe do Blog da FreeHelper.