05 de agosto de 2021
Qual foi a última vez que você se deu conta que não tá sozinho neste mundo e que existem muitas formas de se conectar com os outros?
A minha foi semana passada; dias de frio extremo em Curitiba e região sul do Brasil. Dizem que o travesseiro tem o poder de nos fazer refletir e hoje vou tentar seguir o exemplo, para te contar algumas coisas.
A primeira delas é que em agosto celebramos o mês do voluntariado. Por isso, vou trazer aqui a importância deste trabalho e como os seus reflexos impactam os indivíduos e também a sociedade em geral.
Bom, comecei mencionando o frio e este é um bom exemplo pra explicar um tipo de ação voluntária: a assistencialista. Quando você tira as cobertas do fundo do guarda-roupa e separa uma pra doar, ou quando percebe que tem mais casacos do que precisa e oferece algum a alguém, você está fazendo um trabalho voluntário assistencialista.
Essa atitude é extremamente importante e certamente impacta o indivíduo beneficiado. O único problema é que nem todo mundo lembra de separar uma manta para doar, e se as pessoas em situações de vulnerabilidade dependerem disso estarão correndo riscos de nunca receberem tal doação. É assim que nascem as Instituições Sociais: objetivos em comum que reúnem e trabalham em prol da manutenção da ação. O trabalho deixa de ser pontual e passa a ser contínuo.
Mas como você já deve imaginar, nem sempre essas instituições suprem a demanda. As razões para isso são complexas, mas fundamentais pra entender que você faz parte. O sistema em que vivemos preserva a desigualdade social, a degradação do meio ambiente e as dificuldades do mercado, por exemplo. Desde as primeiras formas de organização entre pessoas e o meio que habitam, havia algumas que buscavam ter mais do que outras, seja conhecimento, sejam bens materiais. O fato é que, por inúmeras razões de competitividade versus cooperatividade, o ser humano moldou estruturas que operam favorecendo uns e prejudicando outros.
Para tentar resolver essas brechas causadas por nós mesmos, existem movimentos que remam no sentido contrário da desigualdade e que promovem iniciativas sociais oferecendo ajuda a quem dela precisa.
Como a demanda é grande e as notícias têm assustado, mais pessoas despertam interesse em construir uma rede de apoio. Aqui na FreeHelper, nesse exato momento, estão acontecendo mais de 4 ações envolvendo abertura de nova ONG, criação de estatuto e CNPJ; cada uma num lugar diferente do Brasil. Isso significa que mais pessoas têm despendido tempo e dedicação em prol do outro.
O outro faz parte de nós. Só nos reconhecemos, positiva ou negativamente, a partir do momento em que nos comparamos com o outro. Portanto, o que ele faz nos impacta, e vice-versa, porque é assim que a sociedade é formada. Além disso, existem teorias no campo da psicologia, da pedagogia, da comunicação e até da física que comprovam como as relações entre as pessoas impactam umas às outras. Parece clichê, mas estamos todos conectados.
Ao nos relacionarmos estamos aprendemos. O mecanismo da aprendizagem oferece algumas perspectivas interessantes e que, para mim, tem tudo a ver com trabalho voluntário.
Vamos lá, pense comigo:
Depois que você separou a coberta, levou até alguém que precisa e voltou para sua casa, o que pensou no caminho? Alguma coisa te chocou e/ou te fez refletir? Você aprendeu mais um pouco sobre alguém, e esse alguém pode ser você mesmo ou a pessoa com quem se conectou.
Digamos que tenha escolhido visitar uma ONG e passar uma tarde com uma criança, ou que tenha comprado uma fralda para levar até lá, com certeza você aprenderá um novo caminho ou uma nova história a respeito dessa sua nova atitude.
Além do voluntariado beneficiar uma maioria menorizada, ele também promove a aprendizagem. Na FreeHelper nós acreditamos que quanto mais profissional for a ação voluntária, maior é o impacto que isso gera. Quem se cadastra na plataforma, tornando-se um FreeHelper, contribui com ações remotas, que duram pouco mais de um mês, e solucionam demandas de instituições que estão na linha de frente das causas sociais.
Separei alguns depoimentos que falam por si só e se conectam com o que escrevi até aqui.
“Essa ação representou um desenvolvimento e crescimento muito grande. Sempre gostei de dar aulas e foi uma oportunidade incrível para eu desenvolver meu inglês e transmitir meu conhecimento.” (Maria Luiza Magalhães de Oliveira– ação voluntária para ONG Um Lugar ao Sol).
“Olha, difícil dizer em palavras o que foi pra mim essa ação. Eu fiquei encantada em conhecer a ONG e como a gente pode conversar e entender qual a expectativa do projeto. Fiz com muito amor e carinho meu trabalho e fiquei muito feliz pelo retorno da ONG que ajudei.” (Natalia Cristina da Silva Freire – ação voluntária para ONG Passos da Criança).
“Foi ótimo, aprendi demais sobre como escrever documentos e quais os tópicos que são necessários. Creio que este conhecimento foi útil para melhorar minhas habilidades de escrita e conhecer mais sobre as questões legislativas de uma ONG.” (Michelly Siqueira de Souza – ação voluntária para ONG Bananas no Pedal).
“Quero muito poder ajudar cada vez mais o nosso planeta e fazer o que tiver ao meu alcance pra cada dia mais reduzir a nossa pegada no planeta, e no meio dessa pandemia, esse trabalho remoto voluntário foi excelente (!!!), o trabalho foi bem simples e pude me conectar um pouco mais com a ONG em si!” (Brenda Braz Alves – ação voluntária para o Instituto IPÊ).
É legal reparar nesses exemplos como as duas pontes aprendem, sentem-se reconhecidas e como influenciam em alguma reflexão ou ideal particular. Todos os depoimentos acima são de voluntários que entregaram uma ação nos últimos 30 dias.
Em contrapartida, algumas das várias ONGs atendidas também expressaram o mesmo sentimento:
“Um espaço de troca e conhecimento. O nosso voluntário se mostrou super disposto em ajudar no que precisávamos. E quanto à FreeHelper, só tenho que agradecer a parceria. Tudo de bom!!!” (Juliana – Passos da Criança)
“É admirável o entusiasmo e engajamento dos colaboradores da FreeHelper. Acredito que isso contagia o voluntariado.” (Diego – Observatório Terceiro Setor)
“Essa ação representa um novo tempo para o Instituto! Sobre a voluntária, dou nota 10. Ela fará parte desse novo tempo da Instituição, deixando um pouco de si; isso não tem preço e sim muito amor!” (Ângela – Instituto Beija-Flor)
Por isso, neste mês celebramos o voluntariado e a FreeHelper registra aqui o seu reconhecimento por todas as pessoas que fazem parte da nossa rede: cada um dos mais de 5.000 voluntários e todas as ONGs credenciadas que acreditam, assim como nós, que podemos fazer a diferença quando forças são somadas.
Ainda estamos em meio a uma pandemia, o que torna preciso nos responsabilizarmos e preocuparmos com atitudes que respinguem de forma positiva no próximo.
Aqui fica meu último convite: reflita sobre o que você quer aprender, sobre o que sabe ensinar e como suas ações podem modificar vidas.
Obrigada por ler até aqui. Espero que eu tenha conseguido fazer você se sentir como se tivesse relaxado a cabeça no travesseiro e decido começar algo novo amanhã!