BLOG

Descubra como foi o Global Changemakers 2019

Compartilhe agora mesmo:

Facebook
LinkedIn
WhatsApp

27 de dezembro de 2019

 

Após uma semana de intenso aprendizado e trocas de experiências, o Global Changemakers Summit de 2019 chegou ao fim. O programa, com alcance global, realiza mentoria, desenvolvimento e financiamento para jovens com projetos de alto impacto social. Neste ano, aproximadamente 1500 participaram da seletiva que consagrou somente 60 novos líderes de diferentes regiões do mundo.

Representando o Brasil e a FreeHelper, eu tive o prazer de participar deste evento que possibilita uma incrível troca de conhecimento. O programa acontece em um hotel na região de Aarau, na Suíça (aproximadamente 30km de Zurique). Seu cronograma é intenso e inclui atividades consecutivas das 8h até às 20h, todos os dias. Estas atividades incluem workshops sobre os mais variados temas (exemplo: captação de recursos, gestão de projetos, técnicas de apresentação, tecnologia da informação, etc.), mentoria com especialistas de diversas áreas e trabalhos em conjunto para elaboração de soluções que envolvem os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU (SDG ou ODS).

Por lá, existe algo parecido com um “trabalho de conclusão de curso”, no qual cada grupo deve criar um projeto estruturado que possa ser implementado globalmente e impacte ao menos uma das metas de desenvolvimento da ONU. Como já era esperado, fui selecionado para participar da SDG número 8 – Decent Work and Economic Growth.

Além de todo o aprendizado técnico e do projeto realizado, o mais fascinante em um programa como esse é a troca de experiências. Sentar-se em grupo para discutir soluções sociais globais com pessoas de todos os cantos do mundo é algo que agrega muito conhecimento e muda sua perspectiva.

Para se ter uma ideia, meu grupo era composto por pessoas dos seguintes países: Índia, França, Canadá, Suíça, Singapura, Austrália e Butão.

A discussão não é trivial, visto que as vivências são muito diferentes. Enquanto os jovens de países desenvolvidos pensavam em assuntos como “criar oportunidades de emprego para pessoas que não estão satisfeitas em seus atuais trabalhos tenham oportunidade de mudar de carreira”, jovens de países em desenvolvimento pensavam em “criar oportunidades para diminuir o índice de desemprego”. Por outro lado, o foco da jovem indiana, por exemplo, era apenas “poder escolher minha própria carreira”. Isso mostra a disparidade social entre o mundo, enquanto a preocupação de alguns está em mudar de emprego, a de outros está em ser mulher e poder sair de casa.

Outro fator interessante é o foco das ONGs. Eu posso afirmar que a maioria dos projetos de pessoas que vivem em países desenvolvidos está em mudança climática, enquanto a grande maioria dos projetos de países em desenvolvimento está na educação. Já nos países não desenvolvidos o foco é nas necessidades básicas, como acesso à água e redução da pobreza. Por fim, no caso de países conservadores e com regimes ditatoriais, a preocupação está nos direitos humanos e na representatividade das mulheres. Pensar que existem diversos lugares onde as mulheres ainda não têm direito de votar, liberdade para escolher sua carreira, ou até mesmo seu marido, e pior: que vivem em situações de abuso psicológico e sexual é algo que faz você refletir sobre as prioridades e desigualdades ao redor do mundo.

Por outro lado, apesar de todas as diferenças culturais, esse programa me mostrou que somos muito mais parecidos do que imaginamos. Conhecer pessoas com interesses similares e vontade de fazer a diferença em sua comunidade é algo sensacional. Além disso, permite fazer grandes amizades e networking – que em um mundo tão globalizado é extremamente importante, mesmo quando falamos de causas sociais.

Posso afirmar que essa experiência me agregou muito e que meu objetivo será passar um pouco disso para outros jovens brasileiros que tenham interesse em atuar com impacto social.

Se você se sentir sozinho ou desanimado em quanto estiver trabalhando em seus projetos ou sonhando em mudar o mundo, lembre-se de apenas uma frase: você não está sozinho. E hoje eu tenho certeza disso.

Obrigado GCM!

Gabriel Pinheiro
CEO na FreeHelper e Associate de Private Equity na Noon Capital
Formado em economia pela UFPR. Em 2017 fundou a startup social FreeHelper onde atua como CEO. Há dois anos trabalha como Associate de Private Equity, com passagem pelo fundo Alothon Group e atualmente trabalhando na Noon Capital. Anteriormente trabalhou com fusões e aquisições na Cypress e como consultor de finanças na KPMG Brasil. Também é fellow da rede global changemakers.