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Como praticar o voluntariado em tempos de pandemia

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26 de março de 2020

A consequência de viver em sociedade é adquirir o papel de cidadão, o qual traz consigo direitos e deveres, construção de relações sociais, dependência de outros etc. Incluindo, em menor ou maior grau, responsabilidades por aqueles com quem se vive ou não.

Têm-se falado muito nas redes sociais e mídias sobre a importância do cuidado com a higiene e aglomerações sociais, as quais criam oportunidades de contágio para o novo coronavírus – COVID-19 –, principalmente entre pessoas pertencentes ao grupo de risco, como os idosos (mais de 60 anos), os asmáticos, diabéticos ou qualquer tipo de imunodeprimido. Com isso, houve um concílio dessas atitudes de precauções com o devido cuidado e solidariedade para com aqueles que podem vir a sofrer mais que o restante da população e que, principalmente, podem levar à superlotação de hospitais e ineficiência no sistema de saúde no atendimento ao elevado número de doentes em estado grave. Ou seja, cuidar de si e ajudar aqueles mais vulneráveis nunca foi tão relacionado ao bem comum.

Em tempos de pandemia, alguns levam seu papel de cidadão mais além. Como ajudar quem mais precisa quando algumas das principais recomendações são evitar contato físico, afastamento social e ficar em casa o máximo que puder?

Para aqueles que não têm casa, isso não é uma opção. Por isso, um padre da Arquidiocese de São Paulo ofereceu a Casa de Oração, que pode receber 50 pessoas, para isolar aqueles em situação de rua infectados pelo Covid-19. Solução para conter o contágio entre essas pessoas também já é movimentada pela ONG Sopão de Curitiba, a qual arrecada produtos de higiene, em Curitiba e região metropolitana, para distribuição destes às noites de sábado, quando também o fazem com alimentos, os quais serão transformados em refeições para essa população mais vulnerável.

Para lidar com as pessoas possivelmente infectadas evitando mais contágio são necessários cidadãos capacitados da área da saúde e, para isso, a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba já convocou estudantes e profissionais da área para voluntariarem-se ao combate ao novo coronavírus nos processos de triagem para tornar mais ágeis os atendimentos.

Recolher-se em casa por tempo indeterminado dificulta atividades rotineiras que precisam ser feitas fora de casa – para aqueles que estão no grupo de risco elas deverão ser totalmente evitadas, como recomendam os especialistas. Frente à essa realidade, foram pensados vários projetos e iniciativas – os quais não param de aparecer – como: Ajudar é contigo, Vizinho Amigo, AjudaCoronavirus e SOS Vizinho.

Ações simples como passear com o cão, fazer compras em supermercado ou farmácia são sugeridas nas plataformas: “Ajudar é contigo” e “SOS Vizinho”, os quais promovem a inscrição e conexão de voluntários a pessoas que precisam desse tipo de ajuda. Em Lisboa nasceu o projeto “Vizinho Amigo”, o qual busca pessoas com boa vontade em espalhar cartazes com contatos telefônicos daqueles que se disponibilizam a ajudar idosos.

Já o “AjudaCoronavirus”, criado em Porto Alegre, disponibiliza uma plataforma que facilita a promoção de todo o tipo de ajuda com a descrição do contato e do tipo de serviço que o usuário cadastrado quer doar, desde idas ao supermercado até assistência psicológica durante o período de isolamento.

Essas iniciativas surgiram já no início do que hoje é justificativa para cidades e estados declararem situação de emergência – quando o governo é autorizado a suspender atividades básicas de funcionamento para que possam ser colocadas em prática medidas específicas que têm como objetivo enfrentar desastre natural, crise financeira, guerras e, no caso atual, pandemia –, e com o passar dos dias vê-se o aumento da solidariedade nas redes sociais, fazendo-se, inclusive, cada vez mais realidade entre condôminos e familiares.

Recados em um elevador de um prédio da região central de Curitiba.

Àqueles que querem contribuir com a sociedade, fazendo-se valer do tempo livre, induzido agora principalmente pela quarentena, acontecem sem interrupções as ações da FreeHelper. Elas, quase em sua totalidade, podem ser feitas remotamente e têm como objetivo o voluntariado profissional, o qual busca oferecer mão de obra profissionalizada a ONGs dos mais variados setores.

O tempo que você passava, até uma semana atrás, deslocando-se em ônibus, por exemplo, hoje, pode ser debitado como “tempo extra” do dia sendo utilizado em oportunidades de crescer em desenvolvimento de habilidades profissionais e de soft skills – competências que envolvem aptidões mentais, emocionais e sociais, como: colaboração e boa comunicação no trabalho em grupo; inteligência emocional e identificação das próprias habilidades, fraquezas e emoções; agir corretamente em momentos de crise, à procura de soluções; ser flexível e poder se adaptar às mudanças e desafios.

Essas oportunidades, e outras, podem ser evoluídas em cursos EaD ou, também, transformadas em ação quando colocadas em prática em atividades voluntárias, mesmo dentro de casa. A plataforma da FreeHelper conta com várias dessas atividades e está esperando por você para continuar a fazer a diferença mesmo nesse momento de tensão em termos de saúde.

Um advogado, por exemplo, pode realizar uma consultoria jurídica, ou revisão estatutária, para projetos de uma organização, da mesma forma que um arquiteto pode elaborar projeto de reforma em uma sede, um designer gráfico pode criar arte para algum evento do instituto ou um economista pode elaborar o planejamento estratégico de uma ONG.

Nós da FreeHelper divulgamos frequentemente ações como essas que podem mudar a vida de pessoas e causar impacto positivo na sociedade.

O que não parece faltar no mundo virtual são as opções do que fazer com seu tempo livre, usá-lo para fazer ações concretas de mudança pessoal e social me parece bem proveitoso!

Se você quiser oferecer o que sabe de melhor (atividade profissional ou hobbie) para quem mais precisa – agora neste tempo de quarentena ou até mesmo depois – cadastre-se aqui e faça parte! Logo você será avisado por e-mail sobre a disponibilidade de alguma vaga equivalente com o seu perfil e, então, dentro de sua própria casa, poderá fazer a diferença. Isolados sim, sozinhos NUNCA!

Amanda Ampessan Cavali
Analista de Projetos na FreeHelper
Formada em Relações Internacionais pela Unicuritiba. Cursa MBA em Gestão de Negócios de Impacto Social na Universidade Positivo. Sempre se envolveu com atividades de voluntariado e hoje é líder de projeto no Youth Action Hub Brasil.